A J&F, holding que controla a JBS e outras companhias dos irmãos Joesley e Wesley Batista, comprou um avião do ex-ministro Geddel Vieira Lima em 2012, no valor de R$ 700 mil. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, a transação foi realizada no período em que Geddel ainda era vice-presidente de pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal, responsável, portanto, por liberar empréstimos a empresas, incluindo as do grupo. As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal aponta que Geddel, entre 2011 e 2013, atuou para liberar crédito à J&F em troca de propina.
Foto: Evandro Filho / Divulgação |
O avião vendido por Geddel à J&F é uma Piper Seneca prefixo PT-WNP – a aeronave foi declarada pelo político como um de seus bens do político nas eleições de 2006 e 2010. Com dois motores, o modelo é destinado à aviação executiva. Segundo Folha, documentos apontam que a aeronave foi comprada em 2003 pelo peemedebista por R$ 210 mil. Deste modo, quando foi revendida em 2012 à J&F, registrava uma valorização de 90%, eliminada a inflação. Após a operação, o avião mudou de propriedade outras três vezes: em janeiro de 2013 para a empresa Rodopa Alimentos por R$ 651 mil, quatro meses depois de um ex-diretor da JBS, Sérgio Longo, ter comprado a Rodopa Alimentos. No ano seguinte, a JBS arrendou fábricas desta companhia com autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Em setembro de 2014, a aeronave foi recomprada pela J&F por meio da JBS. Em março do ano passado, a JBS vendeu o avião para a Vegas Constutora, sediada no interior de São Paulo. Já Geddel adquiriu a aeronave da Politec, empresa do setor de tecnologia da informação, em valor considerado baixo por especialistas no mercado de aviação – à Folha, eles afirmam que um avião deste modelo custaria em torno de R$ 800 mil. O valor desembolsado pela J&F, no entanto, estaria dentro dos padrões do mercado. A Politec é citada em contratos suspeitos com o poder público e foi denunciada na Operação Caixa de Pandora, que apurou irregularidades em contratos no governo do Distrito Federal. A empresa também foi investigada na CPI dos Correios.
Em 2009, ao ser questionado sobre o avião, Geddel disse que foi uma doação de seu pai, o ex-deputado Afrísio Vieira Lima. Nessa mesma época, a reportagem revelou que o piloto do avião integrava o gabinete de um aliado do peemedebista na Câmara dos Deputados. Além do avião, o ex-ministro tem outras relações com a JBS: dono de fazendas na região de Itapetinga, no médio sudoeste baiano, ele vende gado para a JBS, que possui um frigorífico no município.
Fonte: Bahia Notícas
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