quarta-feira, 11 de abril de 2012

O jornalismo nativo e o caso Cachoeira


Aparentemente rompeu-se o longo pacto político de 2005, dos grandes grupos de mídia.     

Conforme adiantei na série "O caso de Veja", a revista escondeu-se no macartismo mais primário para montar suas jogadas. Cada loucura da revista, por mais inverossímil que fosse, era repercutida pelos demais jornais e pelo Jornal Nacional, porque havia um objetivo maior, de derrubar o governo. Esse pacto espúrio acabou conferindo à Veja um poder quase ilimitado.
E aí se entra no papel de personagens públicos. Na era do espetáculo, há personagens midiáticos, fabricados e que ganham visibilidade à custa de doses maciças de divulgação.  

No período mais escabroso do jornalismo brasileiro, o pacto midiático tentou transformar figuras menores do jornalismo da Veja em personalidades com enorme visibilidade, exclusivamente para conferir-lhes maior poder de fogo no fuzilamento de reputações dos que ousassem denunciar os métodos criminosos da revista. Depois de usados, voltaram ao esgoto.  

E como foi fácil esse aliciamento da mídia, valendo-se da transição no comando dos três principais grupos jornalísticos! De nada adiantaram alertas sobre a fria em que estavam entrando. O despreparo os fazia acreditar que se estava ingressando em uma nova fase do jornalismo, em que se aboliam totalmente as divisórias entre o fato e a ficção, ignorava-se a lei, os poderes constituídos, envolvia-se o Supremo nas suas manipulações, tentava se desacreditar a Polícia Federal, como se pairassem acima das instituições..    

Agora, a ficha começa a cair. Apesar das enormes pressões sofridas, o Correio Braziliense rompeu o pacto de silêncio em torno de Demóstenes. O Globo, finalmente, começa a dar espaço para seus jornalistas entrarem no tema.

Vai ser uma oportunidade única de desvencilhar a imagem da mídia brasileira do esquema que foi montado por Roberto Civita, em parceria com o crime organizado.
Por Luis Nassif, em seu blog:

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