Washington aumentou nesta quarta-feira (8) sua participação na campanha aérea liderada pela Arábia Saudita no Iêmen com a entregando de armamento, enquanto as agências humanitárias lutam para chegar aos civis presos no conflito, que já dura quase três semanas.
A Cruz Vermelha advertiu para a situação catastrófica vivida na cidade de Áden (sul), onde a milícia leal ao presidente Abd Rabo Mansur Hadi, refugiado em Riad, enfrenta os rebeldes huthis e seus aliados nas forças de segurança.
Centenas de pessoas morreram ou ficaram feridas nos combates no coração desta cidade portuária e a ONG Médicos Sem Fronteiras anunciou temer que muitas outras não tenham conseguido chegar aos hospitais.
O Irã, a principal potência xiita (assim como os huthis), se opôs frontalmente à intervenção liderada pela Arábia Saudita, e efetuou esforços para a negociação de um acordo com uma visita de seu ministro das Relações Exteriores, Mohamed Javad Zarif, ao Paquistão, aliado de Riad.
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Islamabad evitou até agora responder aos apelos de Riad para se unir à coalizão de nove países árabes (em sua maioria sunitas) no Iêmen, pelo temor de aumentar as profundas divisões sectárias dentro de seu próprio país e no mundo árabe.
O subsecretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que Washington está entregando armamento e apoiando a coalizão no setor de inteligência.
"A Arábia Saudita está enviando uma forte mensagem aos huthis e aos seus aliados, dizendo que não podem tomar o Iêmen à força", disse Blinken aos repórteres em Riad na noite de terça-feira.
"Em apoio aos esforços, fornecemos armamento", disse depois de se reunir com o ministro da Defesa, Mohamed Bin Salman, e com outras autoridades sauditas.
Um funcionário do Departamento de Defesa americano disse à AFP que Washington estava enviando principalmente munições de alta precisão.
Medo do avanço da Al-Qaeda
A coalizão iniciou a campanha aérea em 26 de março, depois que os rebeldes e seus aliados cercaram o presidente iemenita em seu último refúgio em Áden, o que o obrigou a fugir para a Arábia Saudita.
Riad acusa Teerã de apoiar os rebeldes e apostou em bombardeios para impedir a instauração de um Estado favorável ao Irã em sua porta.
Os rebeldes, no entanto, têm aliados poderosos nas forças de segurança leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, deposto em 2012 após um ano de revolta sangrenta inspirada na Primaveras Árabe.
A base aérea de Al-Anad, bombardeada pelos aviões sauditas, era um dos postos de controle chave a partir dos quais Washington dirigia sua guerra contra a Al-Qaeda, antes de retirar suas tropas no mês passado ante a intensificação dos combates.
Na semana passada, a rede extremista assumiu o controle de Mukala, capital de província no sudeste iemenita, e na terça-feira atacou um dos últimos redutos leais ao governo na cidade.
O secretário de Defesa americano, Ashton Carter, reconheceu nesta quarta-feira que o conflito no Iêmen está complicando os esforços de Washington na luta antiterrorista, embora a Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) represente "há tempos uma séria ameaça" que continuará sendo combatida, afirmou.
Fonte:G1 Mundo
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