Os talibãs do Afeganistão anunciaram nesta quarta (22) que lançarão sua "ofensiva de primavera" anual a partir de sexta-feira (24), e que ela terá como alvo, principalmente, soldados estrangeiros que continuam no país.
A Otan concluiu em dezembro sua missão de combate no Afeganistão, mas 12.500 soldados da coalizão - sendo 9.800 norte-americanos - permaneceram no país para formar as forças afegãs.
"O Emirado Islâmico (como os talibãs se autodenominam) lançará as operações de primavera definidas pela Comissão Militar com o nome de 'Azm' nesta sexta-feira às 5h locais (9h30 em Brasília)", anunciou o porta-voz do grupo, Zabihullah Mujahid em comunicado.
Os talibãs chamaram a campanha de "Azm" neste ano, vocábulo pachtun que em inglês poderia ser traduzido para "Resolution" (Resolução), um nome que lembra a missão iniciada pela Otan neste ano no país "Resolute Support" (Apoio Decidido).
Mujahid indicou no comunicado que, apesar de as forças estrangeiras terem anunciado o fim das operações militares em solo afegão, continuam "controlando a terra e o espaço aéreo" e interferindo nos assuntos do país. Além disso, executam também ataques com drones e operações noturnas.
Por isso, os talibãs estão "determinados a prolongar sua luta contra os invasores e seus fantoches", em referência ao governo do Afeganistão, disse o porta-voz. Além das forças estrangeiras, os principais alvos serão suas bases permanentes e centros diplomáticos no país, o Exército afegão e suas instalações.
"Aqueles mujahedins que se mostrarem negligentes e pouco cuidadosos na hora de preservar as vidas e propriedades dos civis serão penalizados de acordo com as regulações e normais da sharia (lei islâmica) e da jihad (guerra santa), indicou o porta-voz.
As vítimas inocentes dos enfrentamentos entre forças de segurança e insurgentes cresceram 8% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2014 no país, conforme levantamento recente da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama).
O Afeganistão registrou um recorde de vítimas civis em 2014 - 3.699 mortos e 6.849 feridos -, um aumento de 25% e 21%, respectivamente, em relação a 2013.
Fonte:Bahia Notícias
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