A Polícia Federal indiciou o presidente Michel Temer, a filha Maristela e mais nove pessoas no inquérito dos portos. Temer é investigado suspeito de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A Polícia Federal também pediu a prisão de quatro pessoas, entre elas um amigo do presidente.
Foto: Reuters / Agência Estado / Montagem: R7 |
O delegado Cleyber Malta Lopes indiciou 11 pessoas, e pediu o sequestro e o bloqueio dos bens de todos. O presidente Michel Temer, o ex-assessor dele, Rodrigo Rocha Loures, o coronel da PM, João Baptista Lima Filho, amigo de Temer há mais de 30 anos e o sócio de Lima, Carlos Alberto Costa foram indiciados por organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A Polícia Federal também indiciou empresários que atuam no Porto de Santos: Antonio Celso Grecco, e Ricardo Mesquita, da Rodrimar, e Gonçalo Borges Torrealba, sócio do Grupo Libra. A filha do presidente Michel Temer, Maristela Temer, também foi indiciada junto com a mulher do Coronel Lima, Maria Rita Fratezi, por lavagem de dinheiro.
Maristela passou a ser investigada por causa de uma reforma na casa dela, na Zona Oeste de São Paulo, que começou em 2013 e foi até 2015. Ao longo da investigação a suspeita era que pelo menos R$ 1 milhão usado na obra, tenha vindo de propina do setor, num pagamento do grupo J&F ao coronel Lima, a pedido de Temer.
Além dos indiciamentos, o delegado Cleyber Malta Lopes pediu a prisão preventiva de quatro pessoas: do Coronel João Baptista Lima Filho, e da mulher dele, Maria Rita Fratezi, de Carlos Alberto Costa, sócio de Lima na Argeplan, e também do contador da empresa, Almir Ferreira Martins.
O ministro do STF vai esperar a PGR se manifestar sobre o pedido de prisão, mas determinou que os quatro não deixem o país. Em setembro, o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF a abertura do inquérito dos portos, depois da delação dos executivos do Grupo J&F. Em novembro, a Polícia Federal começou a investigar. O inquérito dos portos foi prorrogado cinco vezes pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso.
Com esse indiciamento, o delegado Cleyber Malta Lopes, responsável pelo inquérito, concluiu que o presidente Michel Temer assinou o decreto dos portos para beneficiar empresas do setor, em troca de propina.
Em maio de 2017, Temer prorrogou de 25 para 35 anos os contratos de concessões de empresas do setor portuário, podendo chegar a até 70 anos. A defesa do presidente Michel Temer afirmou que não teve acesso ao relatório da Polícia Federal. O Grupo Libra também declarou que não teve acesso ao relatório e que portanto, não vai se manifestar.
A defesa de Rocha Loures também afirmou que não teve acesso ao relatório e que não tem como se manifestar de forma geral. Mas disse que não há elementos para o oferecimento de denúncia. A defesa do Coronel João Batista Lima afirmou que recebeu com perplexidade o pedido de prisão do cliente. Que ele está há um ano e meio de forma permanente em casa, cuidando da saúde. A defesa afirmou, ainda, que vem mantendo contato com as autoridades, prestando todas as informações. E que o coronel reservou-se a não prestar esclarecimentos num depoimento por causa da saúde.
A Rodrimar afirmou que não foi indiciada nem citada e que, por isso, não vai se manifestar. Mas declarou que os dois ex-executivos citados deixaram a empresa no início do ano.
A defesa de Carlos Alberto Costa e de Maria Rita Fratezi afirmou que os clientes nunca deram causa a qualquer pedido de prisão, estando sempre à disposição das autoridades. A defesa disse, ainda, que espera serenidade da procuradoria-geral da República e do STF na apreciação de medida, que considera grave e desproporcional.
A defesa de Maristela Temer não respondeu ao nosso contato. A equipe do Jornal Nacional não conseguiu contato com as defesas de Almir Martins Ferreira, Antonio Celso Grecco, Gonçalo Torrealba e Ricardo Mesquita.
Fonte: G1
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