O contador Damião Francisco de Rezende, de 37 anos, acusado de mandar matar a própria mulher e simular um assalto, deve ser julgado a partir das 8h desta sexta-feira (8), no fórum deCuiabá. De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), a empresária Ângela Cristina Peixoto da Silva, de 32 anos, foi morta a facadas dentro da casa onde vivia com o marido, em novembro de 2011 na capital. A morte teria sido encomendada depois que a vítima descobriu o envolvimento do companheiro com tráfico de drogas.
Dois homens acusados de executar o crime e outro apontado como o que intermediou a contratação dos assassinos foram condenados pela Justiça em agosto de 2014. Junto com Damião, o quinto acusado de participar do crime também será julgado. A audiência deve ser presidida pela juíza Monica Catarina Perri Siqueira, da Primeira Vara Criminal de Cuiabá.
Segundo o advogado da família de Ângela, Luciano Augusto, todos os acusados continuam presos. Damião está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), na capital. O G1 não conseguiu localizar o advogado do contador.
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A mãe de Ângela, Maria Peixoto, relembra com tristeza a morte da filha e afirma que quatro anos após o crime ainda não conseguiu entender os motivos e nem compreender a atitude do ex-genro.
“Ainda estamos tristes e lembramos de tanta coisa que vivemos com ela. Minha filha foi morta pelo próprio marido e isso é de acabar com o sentimento de qualquer pessoa. É angustiante uma mãe passar por isso. Hoje eu tenho pena dele. Pena pelo que ele fez. Ele não soube aproveitar o carinho que demos a ele e os momentos que ele passou com nossa família. Uma pessoa que faz isso, somente Deus pode perdoar ou julgar”, disse a mãe de Ângela ao G1.
Ângela tinha uma filha de sete anos quando foi assassinada. Hoje a menina tem 10 anos e é criada pela avó. A família lembra que não presenciava brigas ou alguma coisa que pudesse indicar que algo de errado iria acontecer com a empresária.
Ele não soube aproveitar o carinho que demos a ele"
Maria Peixoto, mãe da empresária morta.
“Nós nunca imaginamos que isso poderia ocorrer com a minha filha. Na nossa frente eles formavam um casal perfeito. Mas a pessoa que matou minha filha estava no velório comigo. Que espécie de homem é esse? Dá um nó na cabeça. Você tenta resolver esse quebra-cabeça mas não compreende. Ele foi calculista, tem que ser um monstro para fazer isso”, avaliou a mãe da vítima.
O crime
Ângela foi morta com 17 facadas dentro de casa, na noite de 15 de novembro de 2011, no bairro Jardim Presidente, na capital. De acordo com a denúncia, o marido dela entregou um controle remoto do portão da residência do casal, para um dos condenados, e disse que ele e o comparsa não precisariam se preocupar com a câmera de segurança porque o aparelho estava com defeito. A filha do casal, na época com sete anos, também estava em casa, assim como Damião Rezende.
Ângela Cristina Peixoto da Silva Rezende foi morta em 2011,
Rezende também deixou a residência aberta para facilitar a entrada dos bandidos. Os dois réus entraram, pegaram facas na cozinha e depois acordaram Ângela no quarto. Eles mandaram ela calar a boca e a amarraram com um cadarço de tênis. Em seguida, pegaram objetos e levaram até o carro que os levou à casa.
Quando voltaram, eles esfaquearam a empresária. Enquanto ela agonizava, segundo o MPE, um dos bandidos segurou o pescoço da empresária, para que o outro criminoso desse o 'golpe de misericórdia'.
Os dois condenados como os assassinos de Ângela foram presos menos de 24 horas depois do crime, em Mato Grosso do Sul. O marido da vítima foi preso logo no enterro da mulher, no cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá.
Fonte:G1 Brasil
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