Foto: AFP |
O baiano Claudio Vieira de Oliveira, 40 anos, lançou na quarta-feira (11), ás 19h, no Museu de Arte de São Paulo (Masp) a obra ‘Mundo está ao Contrário’, que conta a sua história de vida. Ele sofre de uma anomalia rara e, por isso, tem o pescoço virado para trás. Natural de Monte Santo, no interior baiano, ele nasceu com a cabeça para trás e os braços e pernas atrofiados. Os médicos chegaram a aconselhar que os pais nem o alimentasse, pois ele não sobreviveria por muito tempo. Porém, o rapaz não só sobreviveu, como se formou em contabilidade e hoje atua como palestrante motivacional. Em 2013, Claudio teve a história contata em um documentário da rede de televisão inglesa Discovery Science e no ano seguinte se apresentou nas cidades americanas de Elizabethtown e Chicago. “De uma hora para outra, me virei e passei a me arrastar de joelhos. Ganhei autonomia impensável para a minha família”, conta ele em entrevista à Folha de S. Paulo. O primeiro contato com a escrita aconteceu aos seis anos, quando usava a boca para escrever. Ele contou com a ajuda de um amigo, que o carregava nos braços, para cursar o ensino médio. E foi mais longe ao ingressar na Faculdade de Feira de Santana. Também em 2013, Claudio foi suplente de diretor do Sindicato dos Contabilistas da Bahia.
Claudio foi ao Vaticano conhecer o Papa João Paulo II | Foto: Arquivo Pessoal |
Uma das experiências mais emocionantes aconteceu no ano 2000, quando conheceu o Papa João Paulo II, depois de ter a história contada por um amigo que escreveu ao Vaticano. “Meu trabalho é dar palestras motivacionais em empresas. Acho que nasci designado a cumprir uma missão: ser exemplo de perseverança e superação. Mostro que podemos enfrentar todos os problemas e obstáculos. Temos que aceitar a vida e vivê-la. Gosto de sair com os amigos, danço, namoro, viajo, faço tudo. Essa motivação é fruto de minha família, que nunca me enxergou como um deficiente. Isso me fortalece”, contou à época. No ano passado, um grupo de pesquisadores da universidade americana de Havard e de Brunel, em Londres, estiveram no interior baiano para para examinar Claudio. Eles chegaram a oferecer uma uma cirurgia corretiva experimental nas qual as chances de sucesso de corrigir o pescoço sem que ele fique paralisado da cabeça para baixo é de menos de 10%, mas o rapaz recusou. “Não queri, nesta altura da vida, aos 40 anos, mexer em um corpo que foi obrigado a se adaptar por décadas.E se eu ficar ainda mais dependente? Mil vezes ser assim e poder viajar, sair com amigos, conhecer pessoas”, explica.
Fonte: A Voz do Campo
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