segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Novo aumento para parlamentares é "injustificável", dizem analistas; veja quanto ganham as autoridades em Brasília


O desejo de deputados e senadores de elevarem seus salários em pelo menos 18%, ainda que para repor a inflação dos últimos três anos, não se justifica sem a redução de outras benesses, dizem analistas ouvidos pelo UOL Notícias. Eles defendem que, se querem aumento, os parlamentares devem cortas suas verbas de gabinete, ou abrir mão de parte da cota mensal de passagens aéreas, ou ainda poupar na ajuda de custo.

Após as eleições deste ano, lideranças partidárias do governo e da oposição concordaram em debater o assunto. Contam com a anuência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo salário de R$ 11,4 mil é menor do que o dos congressistas, fixado em R$ 16,5 mil. O teto do funcionalismo público é estabelecido pelos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em R$ 26,7 mil.

No entanto, ao contrário do chefe do Executivo e dos ministros da mais alta corte do país, deputados e senadores contam com generosas verbas de gabinete e cotas de passagens aéreas. E também trabalham menos dias em Brasília, uma vez que a agenda mais pesada do Congresso se dá entre terça e quinta-feira. As sessões de segunda e de sexta-feira costumam ser vazias e reservadas a discursos protocolares.

“Os ministros, o presidente e os ministros do Supremo ganham muito mal. Pessoas nessas posições devem ganhar bem. Mas os parlamentares não justificam seu custo”, disse Claudio Weber Abramo, diretor executivo da Transparência Brasil. “Não se conta apenas salário de parlamentar. Somando tudo, cada um controla mais de R$ 100 mil. Multiplique por 513 deputados e 81 senadores. Desperdício.”

Os deputados, por exemplo, recebem salário, até R$ 60 mil para contratar funcionários e ajuda de custo de, no mínimo, R$ 23 mil – incluindo passagens aéreas para os eleitos pelo próprio Distrito Federal, que a rigor na precisariam de passagens para voltar ao Estado de origem. Caso haja reajuste nos salários, para perto de R$ 20 mil, os parlamentares não prometem reduzir despesas extras. Técnicos do Executivo já argumentaram que o aumento não está previsto no orçamento 2011.

Fonte: UOL

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