quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Câmara Municipal de Nova Fátima tem mais uma sessão tumultuada

Desta vez não houve quebra-quebra, mas os cinco vereadores da oposição ficaram trancados na sede da câmara por mais de seis horas, devido ao grande número de manifestantes que permaneceram em frente.


É tenso o clima político na cidade de Nova Fátima, município localizado no território da Bacia do Jacuipe, em conseqüência da "quebra de braço", entre os cinco vereadores da oposição, que resistem em aprovar projetos de créditos adicionais para a Prefeitura, uma suplementação do orçamento municipal, cujo autor das solicitações é o prefeito Manoel dos Santos (PT).

Antes de começar a sessão, por volta das 17h30 de terça-feira (24), já era grande a movimentação na Rua Landulfo Alves, onde fica a sede da Câmara de Vereadores e por precaução o presidente da Câmara, Renato Pereira Soares (PR), solicitou a presença da polícia militar, que enviou doze PMs, sob o comando do tenente Joselito. Durante toda sessão, duas viaturas permaneceram estacionadas na porta da câmara.

A sessão - Com o plenário lotado e algumas pessoas em estado visível de nervosismo, protestando em voz alta com palavras ameaçadoras, caso os vereadores não aprovassem os pedidos do executivo e outras, portanto cartazes onde afirmavam que a economia do município necessitava continuar em alta, que os funcionários públicos precisavam pagar seus débitos e que os vereadores, que pediram seus votos, votassem a favor deles, a sessão teve inicio ás 18h.

Mesmo com outras matérias em pauta, as pessoas presentes queriam apenas saber do projeto de autoria do executivo. Às 18h30, o presidente colocou em apresentação o projeto de nº 42, onde o prefeito solicitava a suplementação, ocorrendo neste momento uma reação popular com muitas pessoas falando em voz alta ao mesmo tempo e alegando não ter condições de continuar os trabalhos, o vereador Renato suspendeu os trabalhos, irritando ainda mais o público que reagiu ocupando as portas de acesso a câmara, impedindo que os vereadores da oposição saíssem.

Operação policial - Diante a situação, pois clima de tensão aumentava a cada momento, foi solicitado reforço policial e chegaram, inicialmente, duas viaturas de Capela do Alto Alegre e uma da cidade de Gavião. às 20h57, sob o comando do tenente Peixinho, chegou uma guarnição de Riachão do Jacuipe. Neste momento, houve uma primeira tentativa de evacuar a área, quando o ten. Peixinho, usando de mega fone, tentou convencer os manifestantes a se afastarem e deixarem os vereadores saírem, porém a iniciativa foi frustrada.

O momento de maior tensão aconteceu às 21h quando houve uma queda de energia e algumas pessoas aproveitaram da escuridão e apedrejou o veículo Fiat Uno pertencente à Arielson Lopes, esposo da vereadora Reinalda Mendes dos Santos (DEM), que estava estacionado nas imediações da câmara e por pouco não foi incendiado. Com o retorno da energia, um dos autores do ato deixou cair um vaso de refrigerante pet com dois litros gasolina próximo ao carro.

Mesmo com a presença de vinte policiais no local, o povo não se intimidava e se mantinha firme no local e com os nervos mais acirrados, pois, por volta das 23h, muitas destas pessoas consumiam bebidas alcoólicas e queixavam das dificuldades que estavam pensando em conseqüência dos salários atrasados e veiculavam esta situação a não aprovação do pedido de suplementação do orçamento solicitada pelo prefeito Manoel dos Santos.

Às 23h40, chegaram os policiais do grupo tático de Feira de Santana e mais uma viatura com policiais militares da sede do 16º Batalhão de Serrinha, no comando do Coronel Vitor Santana. Neste momento, estavam estacionadas na Rua Landulfo Alves, oito viaturas. Uma nova tentativa de acordo com os manifestantes foi feita, desta vez pelo Coronel Vitor e mais uma vez não houve sucesso. A tensão aumentava a cada momento, pois, mesmo o Coronel tentando convencer os manifestantes a saírem, eles reagiam e falavam mais alto que o oficial e em determinados momentos, vaiavam os policiais.

O Coronel Santana, entreviu junto aos quatro vereadores da situação, pois entendeu "que estavam bem com o povo" e eles não quiseram se interferir para "não se queimar politicamente", segundo falaram ao coronel, pois em outra situação de manifestação desta forma e não foram compreendidos.

Esgotadas as condições de negociação, a solução foi preparar as duas viaturas próximas das portas da câmara, ás 0h38, foi formado um cordão de isolamento com os policiais, permitindo que os vereadores enfim deixassem a câmara para entrarem nas viaturas. Primeiro José Carlos Santos de Oliveira (PDT), conhecido por Bazia, depois a vereadora Renalda Mendes dos Santos (DEM), seguindo dos vereadores Marcos Aurélio Xavier (PR), José de Assis Oliveira Porto (DEM) e por último, o presidente da Câmara, Renato Pereira Soares (PR). As viaturas saíram em saíssem rapidamente e entrassem nas viaturas, que saíram em alta velocidade. Os cinco vereadores de oposição ao governo municipal ficaram pouco mais de seis horas encurralados. O prefeito Manoel dos Santos permaneceu todo tempo no gabinete da Prefeitura acompanhando a situação.

Fonte: Calila Notícias.

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