Trezentas famílias, de acordo com a coordenação do MST, estão acampadas na prefeitura de Água Fria (a 160 km de Salvador, na microrregião de Feira de Santana). Eles tomaram a sede do Executivo municipal no amanhecer da quinta-feira e permanecem durante a sexta, quando está prevista audiência às 8 da manhã com o prefeito Adailton Leão, que estava em Salvador.
A maioria dos manifestantes vive no assentamento Menino Jesus, a 18 km da sede do município. O assentamento existe há 11 anos e abriga 212 famílias, que moram em casas construídas por meio de programas do governo federal, mas carecem de serviços básicos, que estão sendo reivindicados pelo MST.
Como o Movimento está em campanha por melhorias na Educação, uma das principais solicitações é a construção de uma creche, pois o assentamento só tem escola para crianças a partir de seis anos, quando iniciam o Ensino Fundamental.
“A nossa pauta de reivindicações basicamente é a mesma de 2009 e 2010. Viemos das outras vezes com poucas pessoas, apresentamos os pedidos em reunião com o prefeito, mas não foram atendidos. A boa vontade ficou no ‘tapinha nas costas’”, afirma Clésio Marques, membro da direção estadual do Movimento.
O secretário de Administração e Finanças, Carlos Wanderlan Ribeiro, assegura que algumas destas reivindicações foram atendidas e que nem tudo se cumpriu porque houve queda na receita do município.
O MST rebate a falta de dinheiro questionando a Cajufest, evento promovido pelo município de 22 a 24 de janeiro, com shows de atrações musicais famosas. “Se tem dinheiro para fazer a festa, porque não tem para atender as demandas da população?”, indaga Clésio.
O secretário Wanderlan admite que o custo do evento é de “meio milhão de reais ou mais” e que o município arca com a despesa. “Infelizmente em janeiro, patrocinadores como Petrobras e Banco do Brasil não têm previsão de verbas para apoio aos eventos”, justifica.
Glauco Wanderley - A Tarde
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