Imagens de gados monstruosos, que se assemelham a verdadeiros fisiculturistas, estão causando assombro e debates em sites e nas redes sociais. Internautas especulam se experiências transgênicas foram feitas para alcançar esse tamanho de boi e, portanto, se há consequências para a saúde desses animais e das pessoas que consomem essa carne.
Apesar da comoção pública, esses grandes animais pertencem a uma raça europeia de gados que já é comercializada há bastante tempo. Os Belgium Blue (Belgas azuis, em tradução livre) foram criados na Bélgica a partir de uma mutação genética natural.
Esses animais atingem tamanhos desproporcionais devido à ausência da proteína miostatina, que limita naturalmente o crescimento dos tecidos musculares.
Alguns machos da espécie podem chegar a pesar mais de uma tonelada. Mas o maior problema desses animais ocorre durante o nascimento. Ainda dentro da barriga da fêmea, as crias atingem um tamanho tão grande que em 91% dos casos é necessário fazer cesariana para efetuar o parto.
Os criadores belgas não precisaram de alta tecnologia para desenvolver os Belgium Blue. A espécie tem sido aprimorada desde o século 19, mas foi apenas no período entre 1920 e 1950 que os animais adquiriram suas características musculares, consideradas tão impressionantes.
Na realidade, os criadores apenas isolaram um animal que havia nascido com a deficiência da proteína miostatina e, a partir dele, aperfeiçoaram a espécie por meio de cruzamentos.
De acordo com a associação de criadores da espécie, não foi comprovado que a ingestão da carne desses gados provoca qualquer efeito colateral naqueles que a consumirem. Pelo contrário, alguns criadores afirmam que a carne é mais saborosa e possui níveis de gordura mais saudáveis que outros gados.
Para os criadores, o Belgium Blue é um prato cheio para os lucros e é considerado uma espécie com o "dobro do tamanho" que as raças tradicionais. (Terra)
Foto: Wikimedia Commons
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