Um enxame de abelhas causou alvoroço e medo em várias famílias que residem no Conjunto Feira VI, em Feira de Santana, na tarde de quarta-feira (8). Elas tiveram que ficar por horas trancadas em suas residências, depois que diversos animais domésticos começaram a ser atacados e morreram nas áreas externas das casas.

De acordo com outra moradora do bairro, chamada Valdirene, o enxame iniciou o ataque por volta das 15h30. Ela relata que os cachorros estavam brincando, quando de repente a casa começou a ser invadida.
“Eu não podia sair por causa do bebê, e os cachorros estavam sendo atacados. Foi aquele horror. Elas tomaram a frente e o fundo da casa. A gente tentou fazer fumaça para espantar elas. Se a gente tentasse colocar os cachorros pra dentro a gente tinha morrido porque elas estavam muito assanhadas”, afirmou Valdirene.

O veterinário e apicultor Iderval Martins acredita que as abelhas foram atiçadas por alguém ou alguma coisa. Segundo ele, nessa época do ano a oferta de alimentos é muito grande e as colmeias chegam a ter em torno de 80 mil operárias, que atraídas pelo néctar das flores são responsáveis pela polinização das plantas.
“40% dessas abelhas, em torno de 30 mil, são as que também defendem a colmeia, ferroando, e se alguém mexer, der um tombo ou jogar uma pedra elas começam a ferroar. E isso aumenta cada vez mais porque elas liberam um cheiro, um feromônio muito forte que atrai outras abelhas”, explicou.
O veterinário esclareceu que a superdose do veneno é que pode levar a vítima à morte. “O ferrão fica preso na pele da vítima, e a abelha no intuito de se soltar, perde o ferrão com parte do intestino. A abelha morre, mas ali há uma bolsa que fica pulsando e injetando mais veneno. Então a dosagem de veneno é grande, imagine 50, 100 ferroadas. Isso acaba matando o indivíduo por superdosagem. O primeiro órgão que deixa de funcionar são os rins e depois os outros órgãos.”
Iderval Martins contou ainda que essas abelhas vieram da mistura de abelhas de raça italiana e africana. Segundo ele, um professor, em 1956, fazendo umas pesquisas na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo, trouxe 26 rainhas africanas, que estavam presas. Em determinado momento, um visitante achou que elas estavam sendo prejudicadas e soltou essas abelhas. Daí elas começaram a cruzar com as abelhas italianas puras, que eram mansas.
“Essas abelhas chegaram aqui na Bahia em 1970 e foi um verdadeiro arraso. Muitos apicultores da região deixaram de criar porque o manejo era muito difícil, pois elas eram muito agressivas. Embora sejam produtivas e resistentes a doenças, elas têm essa desvantagem genética”, salientou o veterinário.
Ela acrescentou que as abelhas quando estão de passagem, à procura de um lugar para se estabelecer, não são perigosas, mas depois que elas param em um lugar e decidem construir os favos e uma rotina, se tornam perigosas. “Depois que o ataque começar, não há nada a fazer a não ser tirar os animais e correr, porque elas não param. Isso é muito perigoso.”
O Corpo de Bombeiros é o órgão responsável por fazer a retirada de enxames. O telefone de contato é 3625- 5868.
Fonte: Acorda Cidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário