terça-feira, 21 de junho de 2016

Uruguai começa em julho a vender legalmente maconha nas farmácias

Uruguai começa em julho a vender legalmente maconha nas farmácias (Foto: Rick Wilking/Reuters)
A compra e venda legal de maconha começa em julho no Uruguai, mas apenas 50 das 1,2 mil farmácias do país irão participar de sua implementação.

As três grandes organizações que representam as quase 1,2 mil farmácias argumentam que muitas farmácias do interior do país consideram que a venda de maconha em seus estabelecimentos poderia afetar a imagem diante dos clientes com valores mais tradicionais, dado que estes não veem com bons olhos o consumo da maconha de forma legal.

Segundo o presidente da Associação de Farmácias do Interior, Fermín Arguiñarena, há muitos estabelecimentos "que não querem ser os primeiros" a vender maconha. No entanto Arguiñarena estima que, uma vez que comece a venda, "com certeza mais estabelecimentos vão se inscrever".

Além disso, o presidente do Centro de Farmácias do Uruguai, Jorge Suárez, destacou que há pessoas que opinam que "uma farmácia serve para curar e não para adoecer".

Outro motivo destacado por duas das três organizações é que, no momento que finalizou o período de inscrição para a venda de maconha, havia estabelecimentos que não cumpriam com as condições exigidas no âmbito sanitário ou de segurança, apesar de terem a intenção de participar do plano desde o início.

Insegurança
Outro argumento que explicaria a baixa adesão ao projeto se encontra na insegurança.

Segundo o presidente da Câmara Uruguaia de Farmácias, Gonzalo Miranda, alguns estabelecimentos localizados em áreas de venda de drogas declararam ter recebido ameaças de traficantes, que consideram que a comercialização legal da maconha pode afetar seus negócios ilegais.

Um dos argumentos do governo para aprovar a lei que permite a compra e venda legal de maconha é precisamente a luta contra o narcotráfico.

Na avaliação do pró-secretário da presidência uruguaia e presidente da Junta Nacional de Drogas, Juan Andrés Roballo, o número de 50 farmácias inscritas é suficiente para iniciar uma etapa-piloto da implementação da lei.

Além disso, o governo prevê que, à medida que comece a venda legal nas farmácias, o número de estabelecimentos participantes irá aumentar.

Para poder comprar maconha, os usuários deverão se registrar previamente no sistema e terão acesso a 10 gramas da droga por semana e um máximo de 40 por mês.

Apesar do preço de venda ainda não ter sido estipulado, a estimativa é que a grama poderá ser adquirida pelo equivalente a cerca de R$ 4.
Fonte: G1 Mundo

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