quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Coité: Jovem ganha cirurgia de coluna e pais não precisam mais vender casa

Redação Portal Cleriston Silva PCS
Após quase dois anos de espera, a adolescente Rebeca Larissa da Silva, de 12 anos, moradora da cidade de Conceição do Coité, localizada a cerca de 35 quilômetros de Serrinha, enfim vai fazer a cirurgia para correção da escoliose - um encurvamento anormal da coluna vertebral.

O procedimento gratuito foi autorizado, nesta quarta-feira (4), pela Secretaria Municipal de Saúde da capital. A mãe da menina chegou até a pensar na possibilidade de vender a própria casa para que a filha pudesse passar pela cirurgia, que custa em torno de R$ 150 mil.

A cirurgia será realizada no Hospital Santa Isabel, em Salvador. A data, no entanto, ainda não foi definida, porque primeiro a jovem passará por alguns exames médicos.
De acordo com a Secretaria de Saúde, apesar da oferta do procedimento não ser de atribuição do município, já que a jovem não reside na capital baiana, a autorização para a cirurgia foi viabilizada através de um contrato mantido junto à unidade hospitalar de alta complexidade.

A Secretaria também se comprometeu com a realização de todos os exames e consultas pré-operatórios que forem necessários. A previsão é de que, nos próximos dias, a jovem passe por consulta com o médico cirurgião para alinhar os últimos detalhes para o procedimento cirúrgico, que deve acontecer ainda neste mês.


A notícia alegrou a adolescente e os pais da menina. "Foi deus que ajudou. A gente estava entrando já em desespero e até pensando em vender a casa pra pagar. Nem sabemos como agradecer", disse o pai, Odair de Brito, que trabalha com sisal.

Caso - A mãe de Rebeca, Rita de Cássia Ferreira, afirma ter descoberto o problema da garota em junho de 2013, quando uma colega percebeu algo de errado na postura da menina. "A vizinha percebeu que a coluna dela estava torta e foi aí que descobrimos. Fomos até o médico, em Feira de Santana, e ele confirmou que ela estava com escoliose", disse.

Rebeca passou a usar um colete para evitar que a curvatura da coluna aumentasse. Ainda de acordo com a mãe, por conta do problema na coluna, a adolescente sente dores e, às vezes, nem consegue dormir.

"Ela sente falta de ar porque o colete aperta muito. Mas é uma menina que não se abate com nada. Ela brinca de forma normal, como as outras crianças, mas sente dor nas costas e nas pernas quando corre", afirma Rita. "Os médicos disseram que o problema dela é bem grave e que só a cirurgia pode resolver".

Mesmo se tivessem de vender a casa, os pais ainda não conseguiriam pagar pela cirurgia, já que, segundo eles, o imóvel custa em torno de R$ 100 mil - R$ 50 mil a menos que o valor do procedimento.

Doença - A escoliose pode ser resultado de fatores genéticos ou de má postura e é comum na fase da pré-adolescência, como explica o ortopedista Fábio Costa. "Nessa fase, o esqueleto do corpo humano ainda está se formando e, algumas crianças, podem apresentar alguma deformidade por predisposição ou não. No caso da escoliose, por exemplo, a coluna fica em formato de um 'S', ao invés de ficar reta", explica.

Em muitas pessoas a escoliose pode ser decorrente de uma alteração do crescimento dos membros inferiores - quando uma perna fica maior que a outra - ou pelo desenvolvimento da própria coluna. O especialista afirma que, quanto mais cedo o problema for detectado, mais fácil impedir que o encurvamento aumente.

"Temos, então, causas genéticas e adquiridas que levam a essa deformidade, que pode aumentar ou estagnar com o tempo. O problema também pode ser corrigido, em alguns casos, com uso de coletes, com fisioterapia e RPG [Reeducação Postural Global]", destaca.

Ainda segundo Costa, a cirurgia pode variar de R$ 20 mil a R$ 150 mil, a depender da gravidade do caso, e só é recomenda em casos graves e após a maturidade esquelética. "No caso da cirurgia, o recomendado é esperar primeiro a formação do esqueleto, após os 15 ou 16 anos. Antes disso, é aconselhável esperar o desenvolvimento da criança e optar pelos outros métodos que não seja a cirurgia".
Informações: Clériston Silva

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